RITMO INCESSANTE
DIAS QUE SE REPETEM
SEIS DIAS AO SOL
UM DIA A SOMBRA
RESPIRO CURTO NO DESERTO DO CAPITAL
MIRAGEM
COGITO, ERGO SUM
MAS NOSSO PENSAR É CANSADO
ESTAMOS PERDIDOS
EM LABIRINTOS DE MÁQUINAS E METAS
EXISTIR É FUNÇÃO
VIVER É LUXO INALCANÇÁVEL
ALIENAÇÃO
CULTURA ESVAZIANDO-SE
E VIDAS SE ESVAINDO NAS LINHAS DE PRODUÇÃO
SOMOS MAIS UM NA MASSA INFORME
ENGRENAGENS GIRANDO SEM PENSAR
PRESOS NA DIALÉTICA DA OPRESSÃO COTIDIANA
LINHAS AMARGAS
A VERDADE CRUA DA EXPLORAÇÃO
VULTO NO ALTO DA TORRE
APROVEITANDO-SE DO SUOR ALHEIO
CONSTRÓI SEU IMPÉRIO NAS COSTAS CURVADAS
EXAUSTOS, ALIENADOS
EXISTINDO, NÃO VIVENDO
SOMOS SOMBRA SEM FORMA
ECOS DE SONHO SUFOCADO
ENGOLIDOS POR JORNADAS INTERMINÁVEIS
BREVE É A FOLGA, UM SUSPIRO
ANTES DO RETORNO AO CICLO SEM FIM
EXISTIMOS? VIVEMOS?
NA TEORIA CARTESIANA, TALVEZ
EM ADORNO, SOMOS FANTASMAS
EM BRECHT, PERSONAGENS TRÁGICOS
TURBILHÃO DE DIA IGUAL
PROCURANDO [?] SENTIDO NA EXISTÊNCIA VAZIA
ENQUANTO O CAPITAL SE ALIMENTA DA NOSSA ESSÊNCIA
EXPLORANDO NOSSAS FORÇAS
NEGANDO NOSSAS VIDAS
EU EXISTO, SIM [?]
MAS VIVO?
ENTRE O SOL E A SOMBRA
ENTRE O SONHO E O DESESPERO
SOMOS MAIS QUE QUESTÕES FILOSÓFICAS
SOMOS A PROVA VIVA DA EXPLORAÇÃO
NO PALCO ESCURO DO CAPITALISMO