VOE PASSARINHO, VOE!
Os espinhos nos caules das pétalas,
Aqui são espadas nos corpos das janelas,
As gotas de chuva, que beijam seu bico,
Aqui são estilhaçadas no asfalto; para queimarem – juntas ou separadas – em poças.
Volte a espelhar-se nos prédios monocromáticos,
Como um enfeite na arvore de Natal,
Pois, a beleza do teu canto,
Aqui são notas ilegíveis.
Não se esqueça, avise ao próximo pássaro que passar
Para não se afogar nesta escassez, que perdeu o mar.
Corra passarinho, corra!
Enquanto os relógios não limitam seu tempo
Aqui as batalhas ganhas
São as formas que temos para recuar em paz.
Passe com tuas asas,
Enquanto, as penas nadam no próprio oceano,
Escolha qual delas nos dará,
Então, despeje-as.
Porém, perdoe-me, mesmo que as tenha de nós,
Aqui elas nada mais valerão.
Volte passarinho, volte!
Todos pedem explicações!
A partir de agora, diga!
Por que decidiu ficar?