Quando eu tinha uns 7 anos
Papai partia para o povoado
Dizendo: arruma o carvão logo
Pois daqui a pouco estou voltando
Montado na bicicletinha velha
Que mais parecia um alazão
Sumia lá na curva da estrada
Deixando a mãe matutando
Poderia ser uma eternidade
Ou não demorar duas horas
Papai era imprevisível
Em cada canto da nossa história
Ao longe escutava os latidos
E a sua blusa batendo ao vento
Na garupa tinha o carvão
E de sobra, um isopor com sorvete dentro
A curiosidade era tremenda
Pois a cada ida ao povoado
Era um presente voltando
Era realmente um máximo
As boas memórias ficaram
A porta do armário não
Lágrimas rolaram
E mais papéis foram criados
Eu só me lembro em lembrar
De todas as coisas vividas
Dos choros e risadas
Que foram proporcionadas em vida.
Ass.: Heidlara Meireles
19/09/2024
01:20