Tenho por ela uma paixão, um devaneio,
que inteiramente me domina o raciocínio;
e, na esperança de perder este fascínio,
já fiz de tudo e já usei de todo meio!
Mas, pior é que trago comigo o receio
de perder meu controle, perder meu domínio;
o medo é que ela tenha total predomínio
sobre Minh! Alma, já cativa deste enleio!
Desta atração, deste desejo, não me ufano
e, então, pergunto quem, de fato, é o culpado
por esta insânia que ao juízo desacata:
-Se a natureza, que permite o amor mundano,
ou se o poeta, que iludido e obcecado,
por gosto, não se afasta deste amor primata!