O ódio que em mim arde,
Nunca para amor,
Minha alma de afeto é privada.
Com palavras duras, faço a rima,
Meu peito sem calor,
No café amargo, busco o que anima.
O doce sentimento se perde calado,
Ao fim, resta o sabor,
De um coração não amado.
O ódio que carrego, uma chama apagada,
Nunca para o amor, que sempre me rejeitou.
E eu sigo, na estrada, sozinho, sem nada.
O amor, esse sonho, por mim nunca foi tocado,
Minha única companhia, a dor que ficou,
Pois não sou amado, apenas desamparado.
Um gole de café, amargo e gelado,
Uma rima que surge, mas logo se esvaziou,
O vazio, o fardo, tudo em vão carregado.