Desperta o dia,
silencioso e suave,
como o toque da sua mão
que percorre meu rosto,
trazendo à tona o conforto
de mais um amanhecer ao seu lado.
Nosso amor,
feito de gestos pequenos,
de olhares que dispensam palavras,
floresce em cada respirar compartilhado,
nas manhãs que se tornam eternas
quando estamos juntos.
Mas o dia,
como a vida,
nem sempre é brando.
Há tempestades que nos fazem tremer,
palavras afiadas que cortam o silêncio,
e em meio à tormenta
nos vemos perdidos,
navegando entre o orgulho e o perdão.
Brigamos,
e nas brigas,
sinto o peso das suas falhas
e você, as minhas.
Mas, quando a tempestade se acalma,
o que resta?
Somos dois corpos cansados,
duas almas que se reencontram na dor
e, na reconciliação,
descobrimos que,
apesar de tudo,
ainda somos nós.
Aceito você,
com todas as suas arestas,
com todas as cicatrizes que o tempo deixou.
E sei que você me aceita assim,
imperfeito,
inacabado,
mas inteiro em seu amor.
Nos pequenos gestos,
na rotina que nos envolve,
encontramos a felicidade.
Um café compartilhado,
um sorriso entre as linhas do tempo,
uma lembrança que nos faz rir
e perceber que,
ao seu lado,
sou mais do que jamais imaginei ser.
E, quando penso no futuro,
não o vejo sem você.
Envelheceremos juntos,
nossas mãos enrugadas ainda se encontrarão,
como hoje,
como sempre.
E no silêncio da tarde,
quando o mundo lá fora se apagar,
encontrarei a paz
nas cicatrizes do nosso amor,
que, mesmo imperfeito,
é tudo o que preciso.