... poeta do cerrado ... © Luciano Spagnol

AVE DOLOROSA

Ave no peito num letargo

Que arde sem um fulgor

Postulo por rever o amor

Perdido no olhar amargo

 

O fado, ave negra de dor

Ajoelhada num embargo

Orada na fé sem ter argo

Duma crença sem clamor

 

Ave cheia da graça, Maria

Aos teus pés em romaria

Meu lúrido olhar, mendiga

 

Quero fé, mas não irradia

Ave dolorosa sem poesia

Deixe-me desta má figa!

 

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

Setembro - cerrado goiano

 

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