VÍNCULO
Eu gostaria de ser o vínculo, o som do zinco
A zoar o vento nas azaléias
Canção vaga e indefinida ...
O muxoxo dos matagais
E acordar por entre suas coxas
Por entre sussurros matinais
Ser como a terra preta inchada de flores
Rompimento de suas dores
E de suas cores
Ser a folha virgem, música, vertigem, o clarão da aurora
Porta aberta para a Oceania
E te oferecer em teus lábios
A loucura da poesia!
Te oferecer em seu corpo
O livro, as palavras os sentidos
Os balidos do sol, o fogo, a água, a mão
E através do meu peito
O pecado em carne viva louco e são
E morrer embriagado em teus braços de paixão
Numa canção eu gostaria de te dar o meu olhar
Minha boca, meus beijos, meus abraços
O meu destino atrelado ao teu destino
E te conceder todos os meus laços
Te abraçando em regaços
Para que repouse o seu cansaço
Eu gostaria de dilatar meus poros
Na mistura do teu suor
Desaguar em teus olhos
O gentil orvalho
Iluminar teus cabelos
Te dar o meu peito
Conceder todos os meus sentidos
Fincados como rochas no fundo do mar
E eternamente me entregar a te amar
Vlad Paganini