\"Fique! Apenas fique! Por favor, fique!\" Ela implorava, com um desespero palpável, tentando agarrar o último adeus de seu grande amor.
O que somos sem o amor por nós mesmos e pelos outros? Quem somos sem aquele que acreditamos amar mais do que tudo? \"Um triste e solitário fim\", ela pensou. Mas seria realmente o fim para ela, ou para seu amado, que lutava por um último suspiro? A pergunta que pairava em seus pensamentos nebulosos, obscurecidos pela dor física e pela angústia de uma juventude perdida, era: \"Quantos dias, meses ou anos levará para me esquecer?\"
Oh, que pensamento egoísta de um moribundo, refletindo sobre o amor. Não é o amor, em sua essência, uma forma de posse? Como podemos amar sem desejar que aquele que amamos seja somente nosso? E se a vida não os separar, será que alguém melhor ocupará seu lugar? Afinal, o que somos além de um amor-próprio egoísta, sempre temendo o erro ou esperando ser vítimas de um?
\"Apenas fique!\" – ela repetiu, suas palavras sufocadas pelo choro. Talvez ela sofra por anos, pelos sonhos perdidos diante de uma tragédia. Mas somos humanos e, em momentos de fraqueza, buscamos outro amor, outros amores, atraídos pelo prazer da carne e pelo desejo.
\"APENAS FIQUE, POR FAVOR!\" – ela soluçou, tomada pela angústia e agonia. E, naquele último gesto, com os lábios molhados por lágrimas salgadas, ela beijou suavemente seu rosto frio, sentindo o último \"Eu te amo\" que nunca seria esquecido.
Vou escrever aqui, vai que você passa para ler.
Com carinho e melancolia, Juan Guilherme e Alaska.