SONETO DA DOR DE AMAR
A dor de quem ama
É a dor que deveras dói
E essa dor que o peito exclama
É a dor que ao coração corrói!
É dor que mutila trespassada
E que ao grito o langor se cala
É chama de lume apagada
Rio de lágrimas que resvala!
Tal qual ao fio da espada
Ao coração atinge e dilacera
Perfura a alma essa dor degenerada
E essa dor em outra dor, quisera
Ser uma dor em alívio transformada
Ainda que seja nas asas da quimera!