Não consigo mais suportar a realidade
Sinto-me como em fervente febre
A queimar por aquela cidade
Dos sonhos que criamos
Naquele campo de promessas e ideias
Que nós depois de tanto tempo matamos
A vida ainda sobe por essas paredes
O frio daqueles corredores preenchem o mais profundo vazio
Formando as mais distantes barreiras diante de nós
Entre aquilo que poderíamos um dia ter sido
Mas nunca fomos pelo desejo de permanecer a sós
Por um segundo, breve momento
O sangue escorre rapidamente por cada veia neste corpo
Sinto cada vez mais estar apodrecendo
Mantendo firme cada respiração para não estar morto
Aprisionado nesse lugar que só me traz triste arrependimento
Agora, antes que eu me esqueça
Que as paredes me destruam e eu pereça
Acenda-me, aqueça-me novamente
Prometo que podemos criar um futuro diferente
Longe das solitárias fronteiras de um amor decadente