Sezar Kosta

SILÊNCIO DO AMOR REVELADO

Eu guardava o amor em sussurros,

naquelas esquinas do peito onde o silêncio dança,

como um segredo antigo, uma sombra

que nunca se atreveu a tocar a luz.

 

Você, com a suavidade de um amanhecer,

entrou sem quebrar o vidro,

sem pedir permissão,

só sendo você, pura e verdadeira.

 

O amor que eu guardava,

como um livro antigo sem capa,

encontrou seu lar em você,

e então, sem mais cerimônia, se desfez

em palavras não ditas, mas sentidas.

 

Você revelou a beleza

que estava escondida nos interstícios do cotidiano,

na simples presença, no toque despretensioso,

na maneira como o mundo parece

um pouco mais completo, um pouco mais claro.

 

Com você, o amor não precisa mais se esconder,

é como uma peça que encontrou seu encaixe perfeito,

transformando o que era um esboço

em uma imagem nítida e iluminada.

 

Amar, então, é permitir

que a simplicidade do ser se manifeste,

que os gestos pequenos e os olhares silenciosos

se tornem o fundamento

daquilo que antes era um mistério.

 

E nesse fluxo de ser,

na harmonia dos dias,

descobri que amar é simplesmente

deixar o amor existir,

sem pretensão, apenas sendo,

como o rio que corre sem pressa

e encontra seu mar.

 

Você me ensinou

que amar é a arte de permitir,

de deixar o coração respirar

nas entrelinhas da vida,

e assim, encontrei o que eu buscava

em cada suspiro seu,

na simplicidade do nosso encontro.