Eu guardava o amor em sussurros,
naquelas esquinas do peito onde o silêncio dança,
como um segredo antigo, uma sombra
que nunca se atreveu a tocar a luz.
Você, com a suavidade de um amanhecer,
entrou sem quebrar o vidro,
sem pedir permissão,
só sendo você, pura e verdadeira.
O amor que eu guardava,
como um livro antigo sem capa,
encontrou seu lar em você,
e então, sem mais cerimônia, se desfez
em palavras não ditas, mas sentidas.
Você revelou a beleza
que estava escondida nos interstícios do cotidiano,
na simples presença, no toque despretensioso,
na maneira como o mundo parece
um pouco mais completo, um pouco mais claro.
Com você, o amor não precisa mais se esconder,
é como uma peça que encontrou seu encaixe perfeito,
transformando o que era um esboço
em uma imagem nítida e iluminada.
Amar, então, é permitir
que a simplicidade do ser se manifeste,
que os gestos pequenos e os olhares silenciosos
se tornem o fundamento
daquilo que antes era um mistério.
E nesse fluxo de ser,
na harmonia dos dias,
descobri que amar é simplesmente
deixar o amor existir,
sem pretensão, apenas sendo,
como o rio que corre sem pressa
e encontra seu mar.
Você me ensinou
que amar é a arte de permitir,
de deixar o coração respirar
nas entrelinhas da vida,
e assim, encontrei o que eu buscava
em cada suspiro seu,
na simplicidade do nosso encontro.