vejo os ponteiros tortos
tortas são as horas que se passam
minhas palavras tortas
não encontram um caminho até os ouvidos
o que é preciso fazer?
devo matar ou morrer?
Já não tenho mais sentidos
nem respostas
pelo assoalho torto
os pés procuram o equilíbrio e a discórdia
chaves procuram as portas
ouço esse grito cada vez mais primitivo
o que é preciso saber?
devo sorrir ou sofrer?
Já nem me lembro o que me permito
um olhar reto em um espelho torto
uma moeda por todo esse mau agouro
se enterro o corpo
se liberto o espirito
pensamento torto em copos de vinho
o barato sai caro
é claro que é instinto
viver sem estar morto
torto são os dias de não querer estar vivo
fundo do poço
teto de vidro
nessas paredes tortas que sufocam o infinito
torto adeus