Meu corpo tinha agradecido.
Todos os machucados que eu fiz nele já haviam sumido.
O sangue estava em seu devido lugar,
Embaixo da pele.
Entre as veias.
Hoje ele reclamou mais uma vez,
Sentiu,
Sangrou.
Acatou essas marcas.
Eu penso que seja para combinar com o coração e a mente.
Nada está sadio em mim.
No seu primeiro grito eu não o ouvi.
Então veio o segundo,
Terceiro,
Quarto.
Parei de contar
E parei de cortar.
Ao invés de me cortar vou escrever.
Pensei.
Mas não escrevo uma poesia como antigamente.
Pensei também.
E é por isso que não consigo terminar essa aqui.
Calejado:
meu corpo precisa de mais amor.
Roberta Mota
@umcactodeinverno