Eu... De tanto sofrer nas despedidas
Cicatrizes na alma ainda latentes
Perduram-me da infância... ou de outras vidas
Tendo-as como passado e subjacentes.
Minh\' alma traz no âmago incutidas
Situações de adeuses tão dolentes
A insinuar que as dores nela tidas
São coisas minhas: não de todas gentes.
E vivo nesse drama enquanto vivo
E comigo tal drama não desgruda
E lágrimas convulsas eu cultivo,
Pois qualquer despedida, assim banal,
Se pra outra pessoa nada muda,
Vem-me feito um revés descomunal.
Tangará da Serra, 29/08/2024