Lemos de Sousa

Poema - Um Anjo no Mármore ...

Sentado está

sobre o meu túmulo

De que sou trono 

ou um infortúnio 

Quem banhou o rosto 

junto às flores 

frias de agosto 


Par de silêncios

tomou por asas

Sem que chorasse,

mas congelava


Quando a neblina 

entre os carvalhos 

lhe confinou 

Junto as roseiras 

e as oliveiras 

ventou, ventou 


( Nunca tremeu )


Cada caveira

contra a madeira 

rangia os dentes 

e eu ainda esperava ...


Sempre esperava 

por uma lágrima ...