Hébron

Do pouco que calo

...
Silencio, nada falo
E dessa voz reprimida
Resta-me muda asfixia
Do pouco que calo
 
Liberdade privada do grito
É canto sem melodia
É mero voo sem altura, inexistido
 
Talvez uma desventura, céu vazio
É um verso sem poesia
Mudo cárcere do proscrito
 
É tormento que encerra
A inspiração, arte e sentido
Como um suspiro estático
 
Um efeito contracinético
Sem ar, no interior oprimido
Em calabouço de pedra
 
Silencio, nada falo
E dessa voz reprimida
Resta-me muda asfixia
Do pouco que calo
...