São seis horas... E vão passando sonolentas...
Morre a tarde em langor suave e vaporoso...
No campanário, o sino, em badaladas lentas,
executa a Ave-Maria, quase choroso...
A noite nasce em meio a nuvens opulentas...
Formam, ante os olhos do vate, curioso,
uma figura que, entre pratas e magentas,
mostra a imagem do teu rosto lindo e sedoso...
A saudade antiga, então, se me abriga n’alma...
Nem a lembrança do teu riso já me acalma
Mas, o teu beijo e o teu perfume eu sinto ainda!
Vem novamente a madrugada e nasce o dia...
A tarde volta langorosa e luzidia
e, a noite vem trazendo a mesma dor infinda!