Eu conheço aquele olhar
De quem não está ali, está lá mas
se aqui ou lá está, está em qualquer ou nenhum lugar.
Não há confronto, nem encontro e segue perdida a vida...
Brinca de cabra-cega e busca respostas para mais dilemas.
Mais uma renúncia e reinicia mais uma desmedida jornada.
Teletransporta a mente ao acaso e caótica.
Por essa ótica, passa o porte de uma culpa identificada sem despachar a bagagem.
A vida passageira segue no piloto automático, como muitas, entre baldeações...
Desembarca a própria vida e
sem as malas em mãos.
Não carrega menção às necessidades que, são sempre poucas, as próprias.
A mente que voa e conserta a rota pela ilusão da aterrisagem segura.
Às mãos, insegura alma que se faz pequena, perdida e em curso de colisão...
De breve fita o fim e muda e rota se transforma.
Muda o rumo antes do muro.
Segura o manche antes que o breve reflexo se desmanche.
Um momento e pausa, o olhar focado e empático faz sua conexão e mira o outro e bate o ponto.
Mal chega, parte. Pisa em estilhaços da vida em quebradas e inconsciente.
Almeja a admiração que se atulmuta sem se conhecer.
Sem ser e nem pertencer encontra, rendido, um breve e vicioso ciclo íntimo.
De volta a estrada, a casa está na rotatória, fora da prioridade.
Não se faz em casa, porque divaga sem glórias, nem autoria.
Sem enxergar o próximo, fixa o ausente no futuro que tem em mente.
Mas a cada revés, não concilia, nem revigora o sonho.
Aficcionado e convicto, persegue-se o próprio rabo
e não pára,
nem quando se cansa.
Chega a sentença, mas se paga fiança.
Fita no espelho a culpa e foge, conforme de novo parte.
Não cumpre pena ou e segue refém de uma vida cheia e vazia.
Vive-se em anistia, anestesia e, por fim, colisão!
Emenda os cacos e segue sem reflexão...