Alexandre Carlini

Aquarela

 

 

Começa a vida como tela em branco

Um livro nu sem palavra

Uma seara sem lavra

Um motor sem um tranco

 

Nascemos como uma vontade

Escrevemos e pintamos

O que vivemos e sonhamos

Furtos d\'aquarela da eternidade

 

Tão poucos e tão preciosos

Nossos dias são finitos

A alma quer mares infinitos

Onde banhar seus dedos ciosos

 

Enquanto tudo causa assombro

Deslinda fluida nossa jornada

Crescente a excitação arrebatada

Por tudo a frente e atrás do ombro

 

Andamos sós... até que sem querer

Nossa pintura encaixa noutra

Nossa escrita rima com outra

E olhares se cruzam e vão se perceber

 

Tua escrita completa quem sou

E termina minha estória...

... E começa nossa estória

Quando, sincero, teu olhar me iluminou