Michelangelo

\"O Melhor SilĂȘncio\"

 

No vasto espaço, onde o som não vai,  

Há um silêncio profundo, que nada trai.  

Ali, entre estrelas, no eterno abraço,  

Descansa o melhor silêncio, sem embaraço.

 

É um silêncio sereno, sem peso ou cor,  

Que acolhe o universo, em seu grande amor.  

Onde não há eco, nem grito ou lamento,  

Só o pulsar das estrelas, no firmamento.

 

O melhor silêncio não é vazio,  

É o som da paz, no cosmos frio.  

É onde o tempo, em calma flutua,  

E a noite eterna, ao nada acentua.

 

Nesse silêncio, tudo é canção,  

Sem nota, sem verso, sem precisão.  

Um compasso perfeito, sem começo ou fim,  

Onde o universo respira, em silêncio, enfim.

 

Nesse silêncio, onde as estrelas se revelam,  

Eventos canônicos, no espaço, se entrelaçam e se desvelam.  

Supernovas explodem, em luz e glória,  

Escrevendo no vácuo uma eterna história.

 

Buracos negros, em sua densa gravidade,  

Absorvem tudo, até a própria realidade.  

Mas ali, no silêncio que nada interrompe,  

Até a luz encontra seu último rompe.

 

Galáxias dançam, em um balé sem fim,  

E colisões cósmicas marcam seu motim.  

A fusão de astros, em uma sinfonia muda,  

Onde a criação e a destruição se tornam aguda.

 

Planetas vagam, em suas órbitas solitárias,  

E cometas riscam o espaço, em trajetórias visionárias.  

Nebulosas se formam, em nuvens de poeira estelar,  

Sementes do universo, prontas para brotar.

 

E nesse cenário, onde o som não tem lugar,  

O silêncio é a moldura, a emoldurar.  

Cada evento, cada brilho fugaz,  

Tudo se desenrola, em um silêncio audaz.

 

É no espaço, onde o tempo parece parado,  

Que o melhor silêncio revela seu fado.  

Ele guarda os segredos do cosmos em expansão,  

E ecoa eternamente, em sua vasta dimensão.