No vasto espaço, onde o som não vai,
Há um silêncio profundo, que nada trai.
Ali, entre estrelas, no eterno abraço,
Descansa o melhor silêncio, sem embaraço.
É um silêncio sereno, sem peso ou cor,
Que acolhe o universo, em seu grande amor.
Onde não há eco, nem grito ou lamento,
Só o pulsar das estrelas, no firmamento.
O melhor silêncio não é vazio,
É o som da paz, no cosmos frio.
É onde o tempo, em calma flutua,
E a noite eterna, ao nada acentua.
Nesse silêncio, tudo é canção,
Sem nota, sem verso, sem precisão.
Um compasso perfeito, sem começo ou fim,
Onde o universo respira, em silêncio, enfim.
Nesse silêncio, onde as estrelas se revelam,
Eventos canônicos, no espaço, se entrelaçam e se desvelam.
Supernovas explodem, em luz e glória,
Escrevendo no vácuo uma eterna história.
Buracos negros, em sua densa gravidade,
Absorvem tudo, até a própria realidade.
Mas ali, no silêncio que nada interrompe,
Até a luz encontra seu último rompe.
Galáxias dançam, em um balé sem fim,
E colisões cósmicas marcam seu motim.
A fusão de astros, em uma sinfonia muda,
Onde a criação e a destruição se tornam aguda.
Planetas vagam, em suas órbitas solitárias,
E cometas riscam o espaço, em trajetórias visionárias.
Nebulosas se formam, em nuvens de poeira estelar,
Sementes do universo, prontas para brotar.
E nesse cenário, onde o som não tem lugar,
O silêncio é a moldura, a emoldurar.
Cada evento, cada brilho fugaz,
Tudo se desenrola, em um silêncio audaz.
É no espaço, onde o tempo parece parado,
Que o melhor silêncio revela seu fado.
Ele guarda os segredos do cosmos em expansão,
E ecoa eternamente, em sua vasta dimensão.