Helena Bernardes

Mesmo na dor a alma sorri e canta

 

É na dor que percebemos o que vale a pena guardar e acreditamos que o tempo cura mesmo, até as feridas da alma. É na dor que o cheirinho de café ou chá de ervas caseiras se espalham pela casa, pois a família e os amigos se revesam em um esforço concentrado, para gerar bem estar entre todos. É na dor que todos se ligam em um só pensamento, para conversar com Deus, em súplicas de orações. É na dor que os detalhes são percebidos. Até o canto diferente de um pássaro no quintal, é motivo de esticar uma prosa e contar histórias de infância, lá da roça, lembrando do passado, das modas de viola escutadas num radinho de pilha, sentindo uma saudade boa. É isso, mesmo na dor, a alma ainda sorri e canta!