Vlad Paganini

MEUS ENCANTOS

MEUS ENCANTOS


Eu, um oceano
O mar,
uma porção de mim

Eu, uma constelação
Sol no eclipse
Corpo aflito, forte, frágil
Toda emoção!

Eu, uma gota d’água
Rio que jorra em minhas veias
Plantando árvores
A lapidar o meu sorriso
Amadureci sobre livros

Eu, sangue rubro vermelho
Que jorra sem medos
Enlouqueço os fracos
E em desespero os covardes
Enfrentando todas as margens
E em parágrafos desbravo com coragem
Passo por cima dos sonhos findos
E os transformo em luz púrpura meus anseios físicos

Eu, as estrelas,
Pequenas luzes siderais
Um continente infinito
Rodeando mares tomado pela vida

Eu, um arquipélago
de assombrosas ilhas
E como lobos
A devorar as presas
Para alimentar
suas matilhas

Eu, todos os verbos, todos os livros
Os verbos e todos meus sentidos
Todos eu
Universos que
me dão todos os versos

Eu, o homem, filho do tempo
Criança descalça
Vento na relva
Barro de flor
Um ganhador de sonhos,
Um sonhador vencedor

Eu, a orgia, a agonia,
a realidade, a fantasia
A orgia trêmula do amor que não carece
A agonia que no corpo me estremece
A realidade, que
traz todos os prantos
E a fantasia, que mesmo intocável é a porta
de todos os meus encantos

Vlad Paganini