POSSANTEHUGO

Bololola

E de repente, tudo se esvai, como um sopro suave que leva consigo as viagens compartilhadas, os momentos de intimidade e carinho que se dissipam no ar. As manias e os apelidos, antes tão presentes, se afastam, e o vibrar do celular, que trazia à tona aquele nome carinhoso, silencia-se, deixando um eco de saudade.

Os segredos, que outrora pulsavam com significado, agora se tornam sombras, enquanto os problemas, que pareciam montanhas intransponíveis, se desvanecem junto aos planos e estratégias que sonhávamos para uma vida mais plena. Os laços de parentesco por afinidade se desfazem, e os lugares que costumávamos frequentar perdem a magia de serem revisitados. Os cheiros, que antes nos envolviam, se dissipam, mas, de repente, uma imagem esquecida ressurge na memória, como um farol em meio à neblina.

As brincadeiras do passado, como ecos de risos, trazem um sorriso singelo e amarelo ao rosto, que, em um instante, se esvai como a luz do crepúsculo. O coração, sem chão, encontra apoio na mente forte e esperançosa, embora confusa diante do que foi. O raciocínio se agita, buscando respostas para o que passou: foi tempo perdido ou aprendizado? Foi amor, e se sim, por que deixou de ser?

Uma certeza se impõe: ninguém controla a vida. Ela flui para onde deseja, no momento que bem entende. Então, por que sofrer? O sofrimento se torna um ato de nobreza e gratidão, uma homenagem ao que foi bom e, infelizmente, não pode mais ser. Não que tenha se tornado um mal, um peso, mas simplesmente, deixou de ser