ALLAN LINCK

SEMPRE QUANDO ANOITECE...

SEMPRE QUANDO ANOITECE

Sempre quando anoitece,

Bate em mim um sentimento estranho,

Solidão, depressão, e o coração entristece,

Entre uma prece e outra prece,

Esperando outro dia que amanhece...

Quando é noite, tudo esquisito acontece...

A solidão amedronta a alma, que no seu refúgio nunca esquece...

Do amor, o mais sublime dos sentimentos, a que sempre enobrece...

Com todo o calor, suando frio, a chuva ainda engrandece,

O céu nublado cobrindo estrelas, fica vagando como se nada quisesse...

Um calafrio, e fala ao coração, como se dissesse:

Um dia, com a morte de seu corpo flutuarei pela eternidade atrás do grande milagre que, dizem, a alma também aquece...

Assim como o corpo apodrece, fica o espírito que adoece, fica a alma que desaparece,

Clamando por uma reza, uma festa na igreja, uma quermesse...

Para abrandar este frio e este tremor que quase enlouquecem...

Esta vida de faz-de-conta, de fantasias que, ao que tudo parece,

Nenhum favor conseguiria, por mais obras que fizesse...

Fé sem obras, obras sem fé, nada disso merece...

Consideração de Deus que, diz, sempre conhece,

A necessidade, a angústia, a solidão daquele que perece,

Num poço de amarguras, tristeza, num mar de lamas onde envelhecem,

O corpo, a alma, o espírito e o sentimento que, com a pessoa, sempre padecem...

Deus me conhece, mas nem tanto quanto parece...

E, dia após dia, vou levando esta tonelada de sofrimento a que minha força já não obedece...

Esperanças, não tenho, pois você sempre desaparece...

É sempre a mesma coisa, é sempre quando anoitece...

Que choro e tento lhe esquecer,

Mas não conseguiria, mesmo que quisesse...

É sempre quando anoitece...

 

ALLAN LINCK-  (REGISTRO.2018.343.450.0001.23)musicasregistradas.com, em 03 de julho de 2018.