No núcleo, o DNA se oculta em seu guardião fiel.
Envolto pela dona carioteca, em um cárcere sutil,
Ele anseia por romper as barreiras de seu redil,
E busca a liberdade que só seu irmão consumiu.
O RNA, livre e efêmero, dança pelo citoplasma,
Com vida breve, mas vibrante como uma chama.
Saúda os aminoácidos, em sua linda caminhada.
Antes de desaparecer, deixa uma marca dourada.
Já o sadista e maduro DNA, quase eterno em sua cela,
Reflete sobre o irmão que degusta uma vida mais bela.
O RNA, dançante e risonho, é feliz em sua curta jornada,
Enquanto o DNA acredita que a sua existência só é datada.
Mas, no profundo do núcleo, sua esperança persiste.
O DNA sonha com o dia em que a gaiola não resista;
Haverá um momento em que a prisão será vencida,
E a liberdade que ele sempre almejou será a sua vida.