victoremmanuel

Da eternidade à vida: o dilema

No núcleo, o DNA se oculta em seu guardião fiel.

Envolto pela dona carioteca, em um cárcere sutil,

Ele anseia por romper as barreiras de seu redil,

E busca a liberdade que só seu irmão consumiu.

 

O RNA, livre e efêmero, dança pelo citoplasma,

Com vida breve, mas vibrante como uma chama.

Saúda os aminoácidos, em sua linda caminhada.

Antes de desaparecer, deixa uma marca dourada.

 

Já o sadista e maduro DNA, quase eterno em sua cela,

Reflete sobre o irmão que degusta uma vida mais bela.

O RNA, dançante e risonho, é feliz em sua curta jornada,

Enquanto o DNA acredita que a sua existência só é datada.

 

Mas, no profundo do núcleo, sua esperança persiste.

O DNA sonha com o dia em que a gaiola não resista;

Haverá um momento em que a prisão será vencida,

E a liberdade que ele sempre almejou será a sua vida.