E tu minh\'alma de pesares tantos,
De olhares baços os olhos da aurora,
Já vagaste pelas trevas em prantos
Pisando as mesmas flores de outrora...
Meus ossos tremem cheios de quebrantos,
É lenta a dor como a lua que aflora,
Sobre as ruas ermas dos campos santos
Onde a lira da saudade ainda chora.
Ai cansado de vagar pelo inverno,
Talvez o solo flóreo em que piso
O leito me serás do sono eterno...
E assim seguimos ao som de uma trova,
Pelas brumas de um ocaso indeciso
Sem sabermos onde está a nossa cova...
Thiago Rodrigues