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SILÊNCIO MINERAL

O tempo não tem mais pressa,
o relógio está quebrado.
A aquarela da luz se abraça
com o escuro do meu sombreado.

O relógio está quebrado,
o ponteiro não tem mais pressa.
A cerveja gelada, congela,
sinto o amargor das mazelas.

O tempo parou, o relógio quebrou.
Passado, presente, futuro, pouco importa.
O importante é que aqui estou.

O relógio no chão cai, a porta do bar fecha.
A cena, então, congela.
Mazelas ali ficam e amores se vão,
aquarelas se deleitam em meio à escuridão.

Nada mais importa, afinal, o bar já fechou a porta.
Ao final, me deparo com o gosto amargo do caminho natural.
Vida, tempo temporal, chegou o final, o tal...
Silêncio mineral.