Passo horas procurando nossa canção
ou alguma melodia que me ajude a escrever
os versos que me acompanham no peito
O crepúsculo se aproxima do ritmo dos poemas que guardo comigo
e a lembrança das nossas conversas se convertem na música que preciso
Começo a desenhar com palavras
a poesia que te pertenceu
Talvez se fosse um bolero,
ou uma velha bossa nova de antiquário,
seus abraços ainda pertenceriam a mim
e sua voz ainda faria parte do meu cotidiano
Seja o interlúdio que ficou no silêncio barulhento daquela noite
ou rebobine a fita para aquele recomeço
de beijos e sorrisos que ficaram presos numa pintura temporal
de corações acanhados, sons inusitados