//meuladopoetico.com/

Maria de Assis Pinheiro

Cidade fantasma

 Dê-me a tua mão,  parece não existir vida na terra,  pois somente consigo ouvir o som do nada.  Não ouço voz,  não escuto fala,  naquela cidade eternamente fantasma. Fantasma de dor,  fantasma de amor,  foi o que me causou.  Vivia carente e pequena,  tu então aproveitaste,  e hoje, graças a ti,   olha quem onde estou,  apenas numa cidade fantasma,  que o mundo apagou.   Olho e não vejo caminho,  tento então ouvir a tua voz, onde o som de nós dois,  um dia naquela cidade abalou. O canto que todos gostavam, hoje eu não mais ouço o som,   não ouço fala,  só existe apenas uma cidade fantasma,  que nem mesmo o tempo apagou.  A antiga cidade fantasma sem dor,   resta ainda a esperança e a saudade,  pois sei que um dia tu voltarás.   Então ouvirei a tua fala,  na minha pequena cidade fantasma.