No palco da vida, um ato sem cor.
Onde o riso é escasso, o aplauso é dor.
Sonhos são cinzas, esperanças, miragem.
Cada passo adiante, um novo naufrágio.
Na estrada do tempo, o destino é vão.
Onde o certo é incerto, e perdido é o chão.
A luta é vazio, o esforço, um delírio,
No jogo da vida, o prêmio é o martírio.
A luz no horizonte, apenas um blefe,
Promessas de alvorada, mas só anoitece.
O amanhã é um eco, de um grito mudo,
Onde o tudo é nada, e o nada é tudo.
E assim caminhamos, sem bússola ou norte,
Num teatro sem plateia, mas a peça é torta,
E a cortina se fecha antes da hora.