O mar repousava em um silêncio profundo;
os pássaros, imóveis, não ousavam emitir som.
Minhas lágrimas, escorrendo pela face rugosa,
que há muito perdeu seu brilho e viço.
Meu olhar ocultava o tempo que passou;
os guerreiros que antes lutavam, agora se aquietaram.
Os céus, em pranto, derramavam gotas de chuva
que traziam faíscas do meu filho perdido.
Diante do memorial, as palavras se tornaram ausentes,
minha garganta se secava, um deserto de dor.
A chuva misturava-se ao suor,
o sal se entrelaçando com o doce amargo da perda.
Memórias vinham, mas não eram consolo;
o sofrimento, um peso que só aumentava.
O vento estava parado, como se houvesse esquecido
seu propósito sincero de cantar e suavizar.
Ajoelhei-me, as pernas quase incapazes de suportar;
não suportei...
Seria a morte o derradeiro fim? Ou apenas um \"até logo\"?
Todos tentavam me abraçar, oferecer esperança de continuidade,
mas as respostas eram modestas, ilusórias, meros consolos.
Eu sabia que pouco restava a fazer, senão esperar
pelo meu momento de partir.
Talvez o dia chuvoso fosse um sinal de esperança
para o coração endurecido e perdido.
Quem sabe o mundo daquele que amei não teve
um fim tão sombrio quanto imaginei.
É uma pena que esses pensamentos só servem para afastar-me de mim mesmo;
enganar-me, enfim.