Eis me aqui relutante e ferido
Uma alma, uma arma, um homem ainda vivo
Contemplando minha efêmera existência
Do átomo ao cosmo, a máxima potência
Defronto-me diante da minha insignificância
Desprezando então a filosófica vingança
Eu caminho a passos duvidosos
Contestando sozinho todos os filósofos
O \"e se\" é um questionamento enfadonho
A consciência vazia é o abrigo do demônio
A mente adoece o corpo com pensamentos excessivos
O homem que está morto, não carência de motivos
Tempo, Temo, morte, amor
Infinitas variações que resultam em dor
Ainda tenho em mim, uma dualidade intrínseca
Das efêmeras decisões às questões metafísicas
Eu carêncio de um porquê desde a infância
Pois reside em minha alma apenas solidão e relutância
Solitário e relutante, algo sempre se perdia
Entre quedas e feridas, um mártir em agonia
A crueldade dos fatos me faz questionar
Por quê há uma necessidade de se sacrificar ?
Por quê Maria apenas por existir me fere
Por quê o amor não cicatriza na pele ?
Porquê há uma necessidade de proteger
A razão que me faz desejar morrer ?!
Por quê me dói e não me desperta ódio ?
Por quê faz parecer o mundo tão simplório ?!
A noite sempre obriga minha mão a escrever
Porquê tudo sempre leva a você...
Para Maria Rita, minha dor adorada.
11/08/24