No palco interno onde habito,
duas forças em eterno duelo,
a razão, fria e calculista,
e a paixão, ardente e impulsiva,
dançam uma valsa sem fim,
no compasso do meu coração.
A razão, vestida de luz,
ergue sua lanterna brilhante,
aconselha-me com voz serena:
\"Segue o caminho reto e seguro,
não te percas nas sombras do desejo,
pois a lógica é teu farol.\"
Mas a paixão, envolta em chamas,
responde com fervor indomável:
\"Vive o agora, sente o ardor,
não há lógica que prenda o amor,
deixa-te levar pelo fogo,
pois é no calor que encontras a vida.\"
E eu, poeta, equilibrista,
caminho na corda bamba,
entre a luz da razão e o fogo da paixão,
busco o ponto de equilíbrio,
onde ambas possam coexistir,
sem que uma apague a outra.
Na criação dos meus versos,
encontro a síntese perfeita,
a razão molda a forma,
a paixão infunde a essência,
e juntos, criam poesia,
um reflexo da minha alma.
Celebro, então, essa dança,
entre a lógica e o desejo,
pois é na fusão dessas forças,
que descubro a plenitude,
abraçando tanto a luz quanto a sombra,
na eterna dança da razão e da paixão.