DEVOTO DA ESPERA
Sou a eterna espera,
A busca pelos caminhos serenos.
Lá longe, tão perto entre frio e fogo
Nem sempre quero ganhar o jogo.
Em meio aos meus defeitos,
Uma virtude floresce:
A paciência que me molda,
Fazendo de mim devoto da espera.
Pois se algo me traz paz,
É admirar os detalhes,
Perder-me em cada sutileza
Que o tempo deixa passar.
No meu normal,
Sei que não posso ter tudo o que quero.
Meu querer é complicado demais,
Assim aceito minha essência mortal
Mas no ocasional,
Sou homem reservado,
Vivendo o presente como um rio
Que corre sem compreender o mar,
E o futuro, que morre e renasce
Todos os dias, É o que renova minhas alegrias
No mais, sou apenas mais um,
Entre tantos que caminham
Pelas trilhas da vida mortal,
Carregando nos ombros
Os dilemas que nos tornam humanos.
C.Araujo