Você é aquelas manhãs nubladas, silenciosas e tristes.
Claro e melancólico, como o céu branco.
Você é uma batida de vodka com frutas e leite condensado.
Tão confuso, ao mesmo tempo que parece doce, é amargo.
Você é uma noite de insônia numa cama que não me pertence, uma tarde de chuva na rua quando não tenho guarda-chuva, um minuto de desespero sem sinal no celular quando estou perdida sozinha no meio de uma trilha rodeada pela mata.
Você é o caçador que se prepara para atirar, depois de acariciar um alce.
Você é o avião que caiu no meio de uma ilha deserta, com muitos sobreviventes, mas sem saída.
Você é aquela música com uma melodia linda e viciante, mas com uma letra nojenta e deplorável.
Você é o vazio. A radiação solar. O escuro.
Você me deixou vazia, irritada, com medo, desconfiada, desconcertada, desestimulada...
Você é o ódio ao amor, o carisma de um serial killer, a dor de uma perda, o raio que caiu e matou uma árvore...
Você é o tipo de coisa inevitável, que temos que conviver e aceitar. Você é a parte mais triste do meu passado, que eu apagaria pra sempre. Você é o meteoro que irá atingir a terra daqui a alguns bilhões de anos.
Você é a destruição. Você é o mal. Você é o número zero.
E eu odeio o fato de ter te amado um dia.