Sentou-se do meu lado o tal sujeito
Dessas pessoas que arfam para se sentar
Contou-me uma anedota trivial
Sobre alguma coisa banal
Ri,
Era o que o homenzinho precisava...!
Para dizer tudo o que pensava
Sobre política, sobre a vida é até escatologia
E eu que não queria conversar
Balançava a cabeça com dissimulada reverência
A fingir que de fato atentava para o que ele estava a falar
O assunto divagava sem qualquer conexão
Sobre as decisões da presidência,
A cunhada de sua vizinha e a divina providência
Tudo o que eu queria era sair dali
E assim, sem cerimônia, levantei-me e saí
Sem inventar qualquer desculpa
Fiz apenas aquela cara de urgência
De quem tem que tirar o pai da forca
Quem sabe outro dia, com outra paciência
Eu escute com resiliência
E ainda consiga Quintanear
Sobre como essa vida é louca.