Vejo a lua ao mar, um beijo ao lunar,
Relógios a voar, sem tempo a marcar,
Ruas estreitas ao vagar, sonhos a refutar.
Flores de melaço florescem no ar,
Sombras dançam em um balé singular,
A luz e a sombra em um eterno embate a lutar
E o real e o irreal se fundem para o vislumbrar.
Em névoas de sonho, a realidade se desfaz ao embriagar,
Pássaros de papel cantam melodias incertas ao lograr
E um labirinto de espelhos, onde tudo se multiplica sem generalizar.
Um riso que ecoa em um salão vazio há protestar,
E um choro que irriga um jardim de plástico para louvar.
A verdade é uma mentira que se repete sem pensar
E a mentira, uma verdade que se esquece até se dissipar.