Harunari

Gritos sem costumes

Vejo a lua ao mar, um beijo ao lunar,

Relógios a voar, sem tempo a marcar,

Ruas estreitas ao vagar, sonhos a refutar.

 

Flores de melaço florescem no ar,

Sombras dançam em um balé singular,

A luz e a sombra em um eterno embate a lutar

E o real e o irreal se fundem para o vislumbrar.

 

Em névoas de sonho, a realidade se desfaz ao embriagar,

Pássaros de papel cantam melodias incertas ao lograr

E um labirinto de espelhos, onde tudo se multiplica sem generalizar.

 

Um riso que ecoa em um salão vazio há protestar,

E um choro que irriga um jardim de plástico para louvar.

 

A verdade é uma mentira que se repete sem pensar

E a mentira, uma verdade que se esquece até se dissipar.