franciseu

Pequeno Andarilho

Eu, pequeno andarilho,
ando com o vento
que ventila a vida infinda,
que grita ao meu andar sem matéria.
As pedras se esgueiram aos passos do pequeno andarilho.

Pequeno andarilho solitário,
abriga-se em outra alma.
Olhe para ela e se encha de alegria,
olhe seu sorriso, seus olhos,
olhe seus detalhes minúsculos,
olhe a sua distração.
Ergam juntos sua casa.
Olhe seu desprezo
e veja as fundações se apodrecendo.
Veja-a ir,
corra atrás e seja chutado ao infinito.

Pequeno andarilho pensador,
pense na vida e sinta a repulsão.
Chore, mas vá ao fundo da caixa,
onde os olhos do julgamento não o alcançam,
onde a matéria não permeia.

Pequeno andarilho reprimido,
veja a matéria angustiada perto de ti.
As almas correm de ti,
sinta-se culpado, olhe para o lugar
e escute a alma que leva o tempo a chorar a experiência.

Pequeno andarilho ouvinte,
ande sozinho agora,
pegue seu barco e ande pela vida.
Quando a tempestade chegar,
o vento soprar,
seu coração chorar,
agarre-se às suas próprias asas e aguente seu próprio ser.