De uns anos pra cá, ando percebendo a ausência que tenho em mim mesma,
ando me desentendendo com a minha confusão, me largando em qualquer lugar,
me deixando beijar por qualquer boca, me permitindo possuir qualquer corpo,
pertencer a qualquer gente...as vezes estava tentando me encontrar, me conhecer,
acumulando pessoas, acumulando coisas, pra ter uma \"identidade\" social, pras pessoas me conhecerem e saberem quem eu sou,
mas ter muita coisa não significa nada se vc não tiver a si mesmo,
isso é algo que eu ando aprendendo ultimamente,
que menos é mais.
E na vida isso pode se aplicar a todos os quesitos,
menos é mais significa qualidade, mas algumas pessoas as vezes precisam passar pelo processo de aprender isso,
de entender isso, de aceitar isso, pois o sistema que gira e se faz presente nos ensina o contrário,
tenha muito, possua muito, use muito, abuse de você mesmo...
É difícil simplesmente fugir dessa roda, é difícil,
mas quando você consegue, se vê aliviado e angustiado,
porque no fim, você está sozinho, só você e seus pensamentos intrínsecos,
sai da roda que estava preso e se vê diante de uma estrada, estrada essa que, independente das decisões que tomar,
será só mais um, entre muitos, esquecido, só mais um, entre muitos, vivendo em seu próprio mundo.
Essa é a dádiva, e é também a maldição da própria existência.