Zodíaco

A angústia de estar vivo

Entre o para sempre e o nunca mais
Das constantes oscilações memoriais
Até às idealizações mais fantásticas
Em todas às noites, em doses homeopáticas
A tristeza me fazia companhia
Tão sincera, verdadeira e fria
Ela me lembrava constantemente de maria

 

Entre a verdade e o que eu gostaria que fosse
Há um universo inteiro solitário e podre
Há um Deus absoluto que não posso contestar
E um futuro inevitável que não posso mudar
Eu escrevo por amor e sem razão
Eu me perco em poesia e solidão
Clamando por maria e por perdão

 

Entre a lucidez e sonhos miseráveis
Tenho acordado em dias intermináveis
Sentindo a aflição de cada lento instante
O tempo têm sido cruelmente torturante
Sem maria, sem vida, sem sentido
A angústia envelhece como vinho
Em infindáveis versos ainda existo!

 

Entre a perfeição de antes e o agora
Morre o soneto noturno a luz da Aurora
Ainda sim, ficam os tormentos imortais
Os lamentos etéreos de meus ancestrais
Minha herança hereditária sombria
Que em reencarnações passadas me seguia
Sinto que sempre busquei maria!