Oh, doce travesseiro macio,
Almofada de minha preguiça,
Que aprisionas meu cansaço,
E exilas a justiça.
Oh, doce travesseiro macio,
Oásis de minha insuficiência,
Que absorves minha melancolia,
E exalta minha incompetência.
Oh, doce travesseiro companheiro,
Que me acolhes em minha fraqueza,
Que me fazes esquecer do mundo inteiro,
E alimentas minha insignificância.
Silêncio absoluto me envolve,
Apenas a coruja fala,
Ela sabe mais do que eu,
Sobre a vida e sua sina.
São 4 da matina, hora indecente,
E eu ainda estou aqui escrevendo,
Falando sobre um travesseiro macio,
Como se fosse minha única perdição.
Os olhos fechados que tristonhos,
Ocultam minha sem-razão,
Pois quando durmo sou dono,
Da vida, das ilusões e da criação
Sou um poeta insolente e sarcástico,
Mas nada disso importa agora,
Apenas quero dormir em paz,
E esquecer todas as agruras.