Gustavo Cunha

Entre o velo e o silĂȘncio

Quando dois corpos se encontram,

Não é a matéria que vibra, porém sim as almas.

A alma é imortal;

O corpo é breve.

A alma não pode ser conhecida pelo homem;

Não é essa a nossa função.

Talvez seja esse o erro de todos os enamorados:

Todos desejam possuir a alma, penetrá-la de alguma forma, compreendê-la.

A alma pertence a outro mundo, aquele que é ininteligível.

Amemos, portanto, os corpos, que manifestam o sussurro etéreo das almas.

Na dança transitória deles, o eterno se revela no instante fugaz.

Não nos deixemos enganar pela ilusão do perene,

Pois é na transitoriedade que o amor revela sua essência.