De mim você nunca mais quis saber
– quem você pensa que é? –
e eu também deveria seguir em frente
aliás não tem nada sobre você que me interesse
(fora tudo)
mas uma vez ou outra penso
nesses dois olhos que só você teve
e me pergunto como anda esse rosto
que só você tem
e mesmo em mil anos vivendo na Espanha você ainda não sabendo pronunciar uma palavra idiota qualquer
e tudo que eu queria era corrigir o seu francês
óbvio demais!
De qualquer lugar do universo ainda escuto
a sua voz grave colocando a sílaba tônica do meu nome em
MelissÁ, ao invés de MelÍssa
e ainda que existam 10 mil quilômetros de distância entre nós nesse momento
sinto que o seu raio me atinge
tão forte, poderoso e exigente como da primeira vez que te vi
e isso me enche de raiva
porque como você eu tenho certeza que
nunca mais vai existir
Outro.