Empunho minha pena e ousado me lanço,
Em busca da beleza que inspira meu canto.
Invoco as musas, desvendo meu coração,
Tentando traduzir em versos o arrebatamento.
Mas eis que surge o Anjo do Amor, astuto,
Seus dardos certeiros direcionados a mim.
Sua flecha me atinge, ferindo-me de súbito,
E a razão se esvai, dando lugar ao fim.
Sucumbo ao ardor que me consome por dentro,
Rendido aos desejos que me dominam por completo.
A paixão inflama, cresce além do meu controle,
Abalando minha alma, deixando-me inquieto.
Meus olhos se perdem naquele olhar cativante,
Meu corpo se entrega ao toque suave e delicado.
Envolto em seu encanto, me torno seu amante,
Pelo amor vencido, meu orgulho é subjugado.
Nas asas da poesia eu buscava a perfeição,
Mas Cupido sorrateiro me roubou a razão.
Agora em seus braços, rendo-me à emoção,
Celebrando o encontro da arte com a paixão.