Zodíaco

Sou eu

Um grito para ouvidos surdos
Um Cristo para o pior dos mundos
E um beijo para o coração sem alma
Sou eu, no meu esforço último
Sustentado pelo orgulho fútil
Tentando te curar a mágoa

 

O homem desprovido de forças
A refeição refém das moscas
Como um rei de um reino sem servos
Um belo semblante a olhos cegos
Sou eu, refletindo nas horas todas
A finalidade do valor nas coisas

 

O coração que bate em desespero
Destruindo a alma por inteiro
Porquê ama e não é amado !
Sou eu, ansiando por Maria Rita
Amaldiçoando minha sina maldita
Todo dia, um poema amargo!

 

Talvez o dia seja uma miragem
Ou apenas me falte coragem
Para aceitar a brutal verdade
Minha paz será sempre longínqua
Da tristeza a poesia infinita
Quisera que maria fosse fictícia

 

Sou eu, sendo sincero e sínico
A noite sempre dança o mesmo ritmo
E como este luar legítimo
Estou imóvel, incrédulo, insatisfeito
Jamais imaginei um final perfeito
Apenas que Maria repousasse em meu peito

 

Essa realidade que minha mente orquestra
É a mesma que meu coração despreza
Não há em minha totalidade sintonia
Apenas a humanidade crua e fria
Maldita e bela na razão da inércia
Escrava perene de uma insaciável tragédia