joaquim cesario de mello

CANÇÃO DO AMOR INFINDÁVEL

 

Quando meus neurônios se encontram com os teus

meu desejo é ser objeto do teu mais íntimo desejo

 

Quando nossos sonhos se entrelaçam

meu sonho é me sonhar dentro dos teus

 

Quando te vejo olhando os olhares meus

e neles tu vês o bailar das minhas retinas

 

Quando a noite nos encobre em seu lençol estampado de estrelas

e o calor do meu corpo se aconchega no agasalhar da tua fogueira

 

Quando as palavras se calam para escutar o conversar das línguas

no afogar das mágoas no estuário banhado das nossas bocas

 

Quando a saudade estiver se construindo em gerúndios

e no futuro do amanhã que ainda chegou for lembrança

 

Quando gastarmos os solados dos sapatos

restar-nos-á os pés descalços a caminhar

 

Quando meu peito estiver colado ao teu

estamos bailando a ária que Deus escreveu

 

Quando tudo acima não mais existir, amor

é porque fomos continuar no outro lado da eternidade