Vitorino

(Flor)idão

Se tudo o quem mais desejo ser é 
amado pelo objeto de desejo acaba que
me perco sempre e tanto 
em cada rosa que arranco.

Na morte da flor reside a beleza
da vida.

Ela parada na estrada apenas sendo
o que é, admirada por ninguém
apenas por toda a natureza e 
transeuntes que sempre vão e vem.

Ela, que não chora por atenção, 
pois o céu lembra de cair quando essa 
precisa e seca para acalentar com 
uma leve brisa.

A bruma deixa as memórias das árvores
distantes do chão para que em completo silêncio
floresça a em breve morta floridão.

-Lucas Vitorino G. Pessoa