Autor: Antônio Aurélio Felix (Gordo)
Eu sou lá do roçado
Moro lá no interiorzão
Por onde tenho andado
Tenho visto modificação.
O caboclo da roça
O homem lá do sertão
Mudou seus costumes
Até a sua religião.
Ele usa outros perfumes
Já tem até televisão
Bebe água bem gelada
E não acredita mais
Em Padre Cícero e Frei Damião.
A cabaça já não lhe satisfaz
Agora é garrafa térmica
Em sua casa luz elétrica
Apagou o candeeiro
Ágora o seu companheiro
É um fogão a gás.
Ao invés da velha sanfona
O forró é no teclado
Os jovens são fãs de Madonna
Não do baião e xaxado.
A corrida atrás do gado
As festas de apartação
Continua a vaquejada
E as corridas de morrão.
As noites de São João
Já não são mais aquelas
Não tem mais pau de sebo
Nem o quebra-panelas.
O milho assado
A beira de uma fogueira
A onde se ficava
Quase a noite inteira
Coisas dos tempos de nossos pais
Tudo ficou, para trás.
Perdemos a tradição
De compadre e afilhados
Feitos no aperto de mão
È coisa do passado
No sertão já ta tudo mudado
Eu fico preocupado
Com a nova geração.
Que não vai chegar a ver
As coisas bonitas
Aqui do meu sertão.
E o jumento
Decantado por Seu Luiz
Que se sentia feliz
Ao sertanejo servir.
Foi deixado de lado
O jumento pobre coitado
Virou caso de policia.
Devido o seu abandono
Virou cão sem dono
Vagando pelas estradas.
A procura de alimentos
Vive o pobre jumento
Causando acidentes
Na sua longa jornada.
O sertanejo virou atleta
De moto ou de bicicleta
Faz o seu transporte
Mesmo correndo risco de morte
Ele se aventura
Vai à criatura
De estrada a fora.
Abandonou a espora
Agora tem acelerador
Ou até mesmo um pedal
Ele se sente legal
Com a chegada do progresso
Isso lhe traz retrocesso
E também muita dor
Com o sertão modernizado
A pé ou motorizado
O sertanejo mudou.
Comprou até computador
E coisas de ultima geração
Aderiu a modernização
Esquecendo do seu passado
Deixando tudo de lado
Falando em globalização
Fala em aquecimento global
Sem saber se isso é bom ou mal
Fala até em transposição.
Além da televisão
Outro meio de comunicação
Foi o telefone celular
Esse também chegou por lá
Encurtando as distancias
Matando as grandes saudades,
O que sumiu na verdade
Foi a velha carta
Enviada pelo os correios
Que era o único meio
Das noticias mandar.
Hoje o considerado matuto
Em tudo se mete
Por telefone ou via internet
Ele também interfere
Muito embora se fere
Com tudo que ele assiste.
Mas ele não desiste
De entrar na modernização
Mesmo isso lhe aleijando
Da sua civilização.A
Tudo ficando para trás
Ele não sabe o que faz
Com tanta automação.
O forró de pé de serra
Quase por lá não há
O que agente vê
Nos palcos e na TV
É um monte de mulher
Rebolando e levantando o pé
Fazendo suas acrobacias
Meu Deus vixe, Maria.
Um forró de arrasta pé
Se você quer ficar louco
Procure pelas cidades
Não há mais na verdade
Nenhuma casa de reboco.
O forró e o xaxado
Tradições que ficou de lado
Apenas na lembrança
Mas há esperança
E com um pouco de perseverança
Não ser mais coisa do passado.
Vamos repensar
A nossa cultura
Valorizar a escritura
E a lei incentivar
Com a distribuição de livros
Dando mais incentivos
A cultura popular
Por isso peço neste momento
Não deixe cair no esquecimento
O pouco que ainda há.
A REVOLUÇÃO SERTANEJA
A AUTOMAÇÃO NO SERTÃO
Autor: Antônio Aurélio Felix (Gordo)
Eu sou lá do roçado
Moro lá no interiorzão
Por onde tenho andado
Tenho visto modificação.
O caboclo da roça
O homem lá do sertão
Mudou seus costumes
Até a sua religião.
Ele usa outros perfumes
Já tem até televisão
Bebe água bem gelada
E não acredita mais
Em Padre Cícero e Frei Damião.
A cabaça já não lhe satisfaz
Agora é garrafa térmica
Em sua casa luz elétrica
Apagou o candeeiro
Ágora o seu companheiro
É um fogão a gás.
Ao invés da velha sanfona
O forró é no teclado
Os jovens são fãs de Madonna
Não do baião e xaxado.
A corrida atrás do gado
As festas de apartação
Continua a vaquejada
E as corridas de morrão.
As noites de São João
Já não são mais aquelas
Não tem mais pau de sebo
Nem o quebra-panelas.
O milho assado
A beira de uma fogueira
A onde se ficava
Quase a noite inteira
Coisas dos tempos de nossos pais
Tudo ficou, para trás.
Perdemos a tradição
De compadre e afilhados
Feitos no aperto de mão
È coisa do passado
No sertão já ta tudo mudado
Eu fico preocupado
Com a nova geração.
Que não vai chegar a ver
As coisas bonitas
Aqui do meu sertão.
E o jumento
Decantado por Seu Luiz
Que se sentia feliz
Ao sertanejo servir.
Foi deixado de lado
O jumento pobre coitado
Virou caso de policia.
Devido o seu abandono
Virou cão sem dono
Vagando pelas estradas.
A procura de alimentos
Vive o pobre jumento
Causando acidentes
Na sua longa jornada.
O sertanejo virou atleta
De moto ou de bicicleta
Faz o seu transporte
Mesmo correndo risco de morte
Ele se aventura
Vai à criatura
De estrada a fora.
Abandonou a espora
Agora tem acelerador
Ou até mesmo um pedal
Ele se sente legal
Com a chegada do progresso
Isso lhe traz retrocesso
E também muita dor
Com o sertão modernizado
A pé ou motorizado
O sertanejo mudou.
Comprou até computador
E coisas de ultima geração
Aderiu a modernização
Esquecendo do seu passado
Deixando tudo de lado
Falando em globalização
Fala em aquecimento global
Sem saber se isso é bom ou mal
Fala até em transposição.
Além da televisão
Outro meio de comunicação
Foi o telefone celular
Esse também chegou por lá
Encurtando as distancias
Matando as grandes saudades,
O que sumiu na verdade
Foi a velha carta
Enviada pelo os correios
Que era o único meio
Das noticias mandar.
Hoje o considerado matuto
Em tudo se mete
Por telefone ou via internet
Ele também interfere
Muito embora se fere
Com tudo que ele assiste.
Mas ele não desiste
De entrar na modernização
Mesmo isso lhe aleijando
Da sua civilização.A
Tudo ficando para trás
Ele não sabe o que faz
Com tanta automação.
O forró de pé de serra
Quase por lá não há
O que agente vê
Nos palcos e na TV
É um monte de mulher
Rebolando e levantando o pé
Fazendo suas acrobacias
Meu Deus vixe, Maria.
Um forró de arrasta pé
Se você quer ficar louco
Procure pelas cidades
Não há mais na verdade
Nenhuma casa de reboco.
O forró e o xaxado
Tradições que ficou de lado
Apenas na lembrança
Mas há esperança
E com um pouco de perseverança
Não ser mais coisa do passado.
Vamos repensar
A nossa cultura
Valorizar a escritura
E a lei incentivar
Com a distribuição de livros
Dando mais incentivos
A cultura popular
Por isso peço neste momento
Não deixe cair no esquecimento
O pouco que ainda há.