Parece que o mundo
Tende a sair dos eixos,
Trincam-se as pedras
Trituram-se os seixos,
É um desassossego
Difícil de explicar.
As florestas padecem
A fauna e a flora gritam,
Rios desaparecem,
Os animais se agitam
E o humano está perdido...
Já nem consegue amar.
Decerto alguém dirá:
“É o final dos tempos!”
Mas quando é que surgiram
Os primeiros desalentos,
A ordem e a paz
Começaram a desandar?
Tão logo apareceram
Na terra os humanos,
Começaram as intrigas,
Disputas, desenganos,
Que, dia após dia,
Só tendem a piorar.
Eu penso que o mundo
E o tempo não têm fim.
Nós é que precisamos,
Extirpar o que é ruim
E dar continuidade
À bela Criação.
O Pai Celestial
Deu-nos tanta beleza:
O céu, a terra, o mar,
Enfim, a natureza
E aqui nos colocou
Para evolução.
Por que não corrigir
As distorções da terra?
Exercitar o amor
Tentar deter a guerra,
Ter, ao invés de bem,
Riqueza interior?
Por que razão o ódio,
E o cruel preconceito,
Estão ceifando vidas,
Tolhendo o direito,
Minando a esperança,
Matando o amor?
***
(Maria do Socorro Domingos)